Sociedade

Troquemos o Legislativo pelo ChatGPT

Informa o Estadão: o deputado estadual catarinense Matheus Cadorin apresentou na última terça, 28 de fevereiro, um projeto de lei redigido pelo ChatGPT. O texto, "revisado por humanos", aguarda avaliação da Assembleia Legislativa para ser aplicado pelo poder executivo, que qualquer dia desses será substituído por uma bugiganga da Tesla. Para quem não sabe, o […]

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Informa o Estadão: o deputado estadual catarinense Matheus Cadorin apresentou na última terça, 28 de fevereiro, um projeto de lei redigido pelo ChatGPT. O texto, "revisado por humanos", aguarda avaliação da Assembleia Legislativa para ser aplicado pelo poder executivo, que qualquer dia desses será substituído por uma bugiganga da Tesla.

Para quem não sabe, o ChatGPT é um aplicativo que vasculha as primeiras páginas do Google e dois ou três verbetes da Wikipédia a fim de entregar textos para redatores, jornalistas e (agora) legisladores preguiçosos. Não sei qual será o impacto disso para a minha área, a comunicação. Muitos colegas temem perder seus empregos --sou mais pessimista: acho que irei para o olho da rua antes disso. O que eu sei é que o impacto disso para a política brasileira pode ser formidável.

Deputados estaduais trabalham vasculhando as primeiras páginas do Google e dois ou três verbetes da Wikipédia a fim de entregar projetos de lei que raramente impactam a vida do contribuinte. Não são muito diferentes dos códigos que alimentam o ChatGPT, mas custam substancialmente mais. Por que não substituir essa gentarada pelo aplicativo, reduzindo essas casas legislativas a 20% ou 25%? Ninguém sentiria a melhor falta --e a qualidade das leis, não duvido, até melhoraria.

Os políticos "de direita" do Brasil acham que conquistarão milhares de eleitores anunciando medidas inócuas como o uso do ChatGPT e simpósios contra a taxação de grandes fortunas. Não é à toa que estamos nesse buraco.