Felipe Neto cresceu na internet com resenhas nada republicanas sobre "Crepúsculo", thriller de vampiros e lobisomens que enchia de amor e gritinhos o coração das meninas.
Luccas Neto, seu irmão, é a rainha dos baixinhos da geração Z. Antes de ensinar as crianças a falar "Manhê, compra o livro do tio do YouTube", ele repercutia no canal "Hater Sincero". O conteúdo de primeira desse hub de entretenimento inclusivo e de qualidade foi repercutido ano passado pela Folha de São Paulo.
Felipe Neto agora nutre amor pelos fãs de Edward e Bella? Luccas Neto demoliu para sempre seu lado "hater sincero" – haterismo não é efeito colateral de distúrbio psicológico – e descobriu a pureza da tenra infância?
Não e não.
Felipe e Luccas são as mesmas personas de sempre. Só descobriram novos atalhos para repercutir e faturar. A bolha progressista, mais perdida que cego em tiroteio, surfa na onda de espuma desses youtubers para dizer que faz algo contra Jair Bolsonaro – como se a Dona Altina, lá de Itapipoca, soubesse o significado de virtue signaling e das demais expressões inventadas para disfarçar a falta de ideias e propostas dos limpinhos que prometem higienizar o mundo.
A reaçada, ainda na época do PT, quis imprimir a máxima "quem lacra, não lucra".
A verdade é: quem lacra, lucra. Quem problematiza, capitaliza.
Perguntem a Felipe e Luccas.