Namoro depois dos 60

Ah, as borboletas no estômago! Como é bom sentir aquele friozinho na barriga ao ver a pessoa da qual se gosta, ou então no primeiro encontro, jantar romântico, passeio juntos etc. Se você visualizou essa imagem, é possível que tenha pensado em si próprio, ou então em um casal imaginário de pessoas jovens. Porém, encontrar o amor em um momento mais maduro acontece e é um fenômeno cada vez mais comum. A vida continua após os 60, e o namoro também.

Mais conectados

De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), os indivíduos acima dos 60 anos são classificados como idosos. Entretanto, engana-se quem pensa que essa definição lhes faça jus. Atualmente, a aparência e a disposição de pessoas dessa faixa etária são muito diferentes daquelas que a mesma população possuía há apenas uma geração.

Antenados e conectados à tecnologia, muitos usam a internet para entrar em sites de relacionamento e conhecer pessoas interessantes. Contudo, é preciso ter atenção para não cair em golpes do romance online e, para tal, basta observar comportamentos suspeitos, tais como presença de apenas uma foto no perfil e recebimento de um link logo após o match.

As precauções são válidas para todas as faixas etárias, mas a terceira idade tem de estar especialmente atenta, já que indivíduos dessa população costumam estar menos habituados às funcionalidades da web. Para tal, é possível baixar aplicativos de segurança na Apple Store ou no Google Play. Uma vez tomadas essas precauções, é hora de abrir o coração.

A beleza de amar na terceira idade

Amor não tem idade e, além disso, encontrar um parceiro ou parceira durante a terceira idade pode trazer outro tipo de encanto, assim como uma dose de equilíbrio. Afinal, vem carregado de experiências, outros amores (e desamores) e formas de ver a vida, além de, muitas vezes, filhos e netos. A entrega e o compromisso, entretanto, são os mesmos.

Uma das vantagens é justamente a bagagem emocional que, por ser mais vasta, pode resultar em um relacionamento mais sábio e sensato. Essa aposta no amor não é senão a intrínsica característica humana de ter esperança e aproveitar a vida, independentemente da idade.

De acordo com Marina Simas, especialista em Psicologia Clínica e sócia-diretora do Instituto do Casal, a solidão é um fator importante entre indivíduos que procuram um relacionamento, e com a terceira idade não é diferente: “Para algumas pessoas, ter uma companhia vai ajudar em muitos aspectos da vida”, diz ela.

Foi o caso de Maria de Jesus Xavier (83) e João Benedito Caetano (82), que se casaram em 2019. Os dois se conheceram dentro de uma congregação cristã. Entre conversas sobre fé, família e cotidiano que duraram quatro anos, a afinidade surgiu e eles decidiram se casar. Apesar de morar com sua filha, João se sentia sozinho. Maria, por sua vez, era viúva desde os 54 anos e morava só. Histórias assim não são incomuns, pois a vontade de ter um companheiro surge muitas vezes de afinidades casuais.

Novos capítulos

Abrir-se para o amor significa compartilhar momentos e experiências. Viver um novo amor na terceira idade pode proporcionar não apenas romance e companhia, mas também a surpresa de conhecer novas camadas desse sentimento puro e de redescobrir a si mesmo.