Sociedade

Felipe Neto, Bis e a hipocrisia das agências de publicidade

O bombom Bis está no centro da polarização política. No último fim de semana, milhares de postagens no Twitter e no Instagram recriminaram a Lacta por contratar Felipe Neto como garoto-propaganda do doce. É engraçado, mas é verdade. Até a prateleira do supermercado tem inclinação ideológica no Brasil. Não foi o sr. Alberto Lacta o […]

reprodução

O bombom Bis está no centro da polarização política. No último fim de semana, milhares de postagens no Twitter e no Instagram recriminaram a Lacta por contratar Felipe Neto como garoto-propaganda do doce. É engraçado, mas é verdade. Até a prateleira do supermercado tem inclinação ideológica no Brasil.

Não foi o sr. Alberto Lacta o responsável pela contratação de Felipe Neto. Quem planeja as campanhas publicitárias são as agências contratadas pelas empresas. Assim, fica claro que a culpa por toda essa confusão é de uma terceira que recebe um bom dinheiro para livrar a Lacta e o sr. Alberto desses ruídos chatos das redes sociais. Houve até quem evocasse a compra de Kit Kats, como se este chocolate concorresse com o Bis --a Nestlé desistiu de competir com a Lacta nesse segmento chocolateiro na década de 2000, quando o Sem Parar encalhou nas gôndolas.

LEIA TAMBÉM: POR QUE O SLEEPING GIANTS NÃO PRESSIONA SITES COM POSTS ANTISSEMITAS

Essas pressões criadas nas redes sociais, a partir de hashtags, são vazias como a cabeça do Felipe Neto. As redes sociais raramente traduzem as ideias e preferências dos brasileiros comuns. Quem vê o Twitter pensa que estamos na FFLCH, à espera daquele levante fã do Nicolás Maduro. A realidade é: essa galera não consegue mais emplacar os vencedores de "A Fazenda". Não deixa de ser engraçado, porém, ver o feitiço se virar contra o feiticeiro. A esquerda perdeu influência na imprensa, mas continua ativa na publicidade. E a arma que essa turma usa para punir quem se atreve a ir contra o partidão é o dinheiro. Pode notar: as maiores campanhas de mídia do Brasil ficam sempre com as mesmas pessoas. O que elas têm em comum? As preferências políticas (da boca para fora, ao menos).

Sempre que um executivo tenta emplacar rostos independentes ou "de direita" em publicidades de alto alcance (e faturamento), as agências pontificam que associar marcas a personalidades polêmicas é sempre "mau negócio". Com o histórico recente de Felipe Neto, cabe a pergunta: quem achou que contratá-lo era "bom negócio"? Ou os garotos-propaganda da patota progressista são livres para se meter em "polêmicas"?

Melhor a gente comer um Bis.