Marco Luque é o problema do bom musical “Os Produtores”
“Os Produtores”, adaptação do clássico de Mel Brooks e Thomas Meehan, retornou aos teatros após um hiato de 11 anos.
Dirigido e produzido pelo talentoso Miguel Falabella, o musical tem grande elenco, cenografia espetacular e mais de duas horas de duração.
O tempo de arte não é um problema para quem tem o hábito de assistir musicais. Quem não é fã do gênero, porém, precisa lembrar do fator tempo para não ficar assustado. Problemática mesmo é a atuação de um dos protagonistas do espetáculo.
Marco Luque, infelizmente, não convence como Leo Bloom. A peça esfria sempre que o “ator” precisa demonstrar seu talento. Atuação, dança, música: nada que ele faz tem encaixe. Compará-lo a Miguel Falabella ou a Daniele Winits, que rouba a cena com sua voz impecável, é covardia. Por fim, há o ótimo elenco de apoio. Sandro Christopher (Roger De Bris), Edgar Bustamante (Franz Liebkind) e Maurício Xavier (Carmen Ghia) arrancam gargalhadas em todas as cenas que aparecem.
O teatro ainda tem salvação. O musical é incorreto e engraçado, algo atípico hoje em dia. Algumas piadas seriam condenadas se reproduzidas na TV – e renderiam textões da patrulha do politicamente correto no Facebook. Saber que ainda podemos correr para o teatro e rir sem culpa é prazeroso.