Espírito punk do The Prodigy aterrorizava a MTV

Um dos orgulhos de Keith Flint era o temor da MTV americana em torno dos clipes de sua banda, o The Prodigy. Em 1997, "Smack My Bitch Up" sofreu a operação abafa mais desavergonhada da história da music television mais pudica do mundo.

Dirigido por Jonas Akerlund, "Smack My Bitch Up" era o single de despedida de "The Fat of Land", disco que colocou o The Prodigy no mapa dos magazines.

Protagonizado pela modelo Teresa May, o vídeo acompanha, em primeira pessoa, as aventuras e agruras de uma stripper na noite londrina. São cinco minutos com cenas de sexo, consumo de drogas - cocaína na versão soft; cocaína e heroína na versão hard - e violência. Tudo sem filtro, como deve ser.

A MTV americana estreou a versão soft do vídeo em 7 de dezembro de 1997, no late-night "120 Minutes", cujo formato remete ao "Supernova" que a sucursal brasileira produziu em 2001. No dia seguinte, a emissora rebaixou a produção para o "Insomnia", faixa sem VJ e com audiência baixa. Duas semanas depois, por pressão de grupos feministas, deixou de transmitir o vídeo, que ficou na geladeira da rede por espantosos cinco anos.

A MTV Brasil jamais censurou a versão soft de "Smack My Bitch Up", mas nunca colocou em rotação a versão hard. Coube à CNT/Gazeta a honraria, em 2 de maio de 1998.

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