Flavio Ricco escreveu a seguinte nota três meses atrás: "Kennedy Alencar voltou para a Rede TV!, por iniciativa e absoluta vontade de Amilcare Dallevo, sócio majoritário, como comentarista político e apresentador do 'É Notícia', a partir de fevereiro. Fora do ar, como outra atribuição, irá também intermediar os interesses da emissora junto ao Palácio do Planalto".
Acho natural uma emissora como a RedeTV! trocar de linha editorial a cada quatro (ou oito) anos. No Brasil, veículo de comunicação quase sempre está atrelado a um projeto de poder --ou de conveniência. Vale para sites, jornais, rádios e fanzines. Só não entendo a cultura de submissão da nossa imprensa ao PT.
Nos tempos de Jair Bolsonaro e Luciano Hang, a RedeTV! era ridicularizada dia e noite por admitir entrevistas com reacionários malucos e contratar comentaristas que endossavam todas as maluquices do Palácio do Planalto. Por que o tratamento agora, em tempos de Kennedy Alencar, é diferente? Se Allan dos Santos fosse contratado para "intermediar os interesses" de Amilcare Dallevo junto ao governo, a guerra estaria armada.
Se a RedeTV! era chamada de bolsonarista em 2022, nada mais justo que ajustar o apelido em 2023 e chamá-la de lulista. Quem admite dar traço na noite de quinta-feira para ouvir as bravatas de José Dirceu certamente merece tal complemento.