Por um punhado de cliques, a imprensa "profissional" passa por cima de todos

Boris Casoy afirmou no RedeTV! News desta quarta-feira que os turistas filmados gritando obscenidades para uma mulher russa são moleques e cafajestes. Fez a ressalva de que nenhum deles cometeu crime - legalmente, não cometeram mesmo - grave, mas reforçou que a atitude deles era reprovável e típica de moleques cafajestes.

No maravilhoso mundo do jornalismo profissional, onde tudo pode acontecer, a declaração de Boris Casoy ganhou outro tom.

O UOL, parceiro da RedeTV!, pinçou uma frase, jogou para a plateia e correu atrás do biombo espiar o monitor do Google Analytics.

Queridinho das redes, o Minuto Livre foi menos acanhado. Rasgou a fantasia e mostrou o furico.

É essa imprensa que vai ajudar o TSE a decidir o que é verdade e mentira na cobertura eleitoral?

Na época em que os jornalistas eram sérios, Veja e Folha de São Paulo publicaram ótimas reportagens sobre a influência do ibope em tempo real nos excessos cometidos por Gugu e Faustão. Pois os excessos daquele tempo são uma coceirinha perto do sensacionalismo explícito da internet.

O sensacionalismo da TV era melhor? Não. Era, indubitavelmente, mais profissional. E inquestionavelmente lucrativo. O sensacionalismo da internet é sujo. Simplesmente sujo. E no que diz respeito ao dinheiro, bem, todos nós sabemos o estado em que se encontram as redações.

O RT paga o show?