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Paywall pra ler notícia de WhatsApp: os portais brasileiros são estúpidos demais

O "CQC" e o "Superpop" popularizaram Jair Bolsonaro, mas não construíram a redoma que blinda o presidenciável de toda intempérie eleitoral. Essa responsabilidade é da imprensa, que passou os últimos quatro anos ignorando seus defeitos mais evidentes para pintá-lo como um homem chucro - como se os brasileiros, na média, não fossem igualmente chucros. Ciente […]

O "CQC" e o "Superpop" popularizaram Jair Bolsonaro, mas não construíram a redoma que blinda o presidenciável de toda intempérie eleitoral. Essa responsabilidade é da imprensa, que passou os últimos quatro anos ignorando seus defeitos mais evidentes para pintá-lo como um homem chucro - como se os brasileiros, na média, não fossem igualmente chucros.

Ciente de sua responsabilidade na derrota acachapante que se avizinha - Haddad só vira essa eleição se o Cristo Redentor colocar as mãos na cintura e começar a sarrar -, a imprensa decidiu culpar o WhatsApp e as redes sociais pela desinformação que há por aí. Para os jornalistas, tudo seria diferente se a Dona Ermeningarda, sexagenária de Pedrinhas, abrisse a Folha de São Paulo e esquecesse o grupo "Nióbio Arretado". Será?

 

O print acima, capturado às 14h56, é da home da "Folha de São Paulo", a publicação mais lida e respeitada do país. Contabilizadas as chamadas de apoio, cinco postagens são filhas das redes sociais. Dessas cinco, apenas duas têm o compromisso de esclarecer boatos. Quantos aceitarão gastar R$ 1,90 (no primeiro mês) para pular o paywall e confrontar as novidades entregues gratuitamente no zap zap? Poucos. Quase ninguém.

A imprensa brasileira não pode ficar em cima do muro, alheia à situação. Ou ela passa a confrontar as redes sociais e assume a credibilidade como carro-chefe ou aceita de vez a função de replicadora de memes e correntes. Quanto maior a demora, maior o valor da conta. Maior o tombo do muro - e do paywall.