Imprensa

O ataque em Blumenau e a retranca da velha imprensa

Muitos sites decidiram suprimir imagens e informações do autor do atentado em Blumenau. A alegação uníssona: não é responsável (ou moralmente aceitável) celebrizar um criminoso, dando a ele os sonhados quinze minutos de fama. É direito dos veículos de comunicação pontificarem sobre o mercado (ou o que resta dele). A autorregulação da mídia é bem-vinda. […]

Reprodução

Muitos sites decidiram suprimir imagens e informações do autor do atentado em Blumenau. A alegação uníssona: não é responsável (ou moralmente aceitável) celebrizar um criminoso, dando a ele os sonhados quinze minutos de fama.

É direito dos veículos de comunicação pontificarem sobre o mercado (ou o que resta dele). A autorregulação da mídia é bem-vinda. Soa ingênua, porém, a ideia de que os assassinos sonham com uma foto no Estadão ou um flash no "Jornal da Record". Eles querem se manifestar para os seus pares. E seus pares estão em um terreno livre de obrigações legais e preocupações autorregulatórias: as redes sociais.

Twitter, Facebook, Instagram e YouTube devem ser tratados como os veículos de comunicação que são, respeitando leis e regras de imprensa. Se a CBN pode ser processada pelo que irradia, o Google deve ser igualmente responsabilidade pelo que espalha, com ou sem algoritmos. O business das big techs não é a informação. É o engajamento. O senso de pertencimento. Quem persegue isso é o Vale do Silício, não a Barão de Limeira.

É triste dizer isso, mas a velha imprensa não é mais troféu. É cadáver. O mal está a um aplicativo de distância. E ética não combina com a lógica cibernética.