No Brasil, até o apreço à liberdade de imprensa é partidário
O SBT exibiu nesta terça-feira vinhetas com slogans e marchinhas da ditadura militar. Em meio à gritaria e ao extremismo das redes sociais, prevaleceu o bom senso: a peça "Brasil: ame-o ou deixe-o" foi extinta horas depois da estreia - fontes de Mauricio Stycer, jornalista do UOL, explicaram que Silvio Santos desejava passar uma mensagem de união, justamente o que ele não conseguiu.
Nos últimos meses, saíram pelo menos dois bons livros (clique AQUI e AQUI) sobre as relações (e reações) políticas de Silvio Santos. Ambos apontam para a mesma direção: para o SBT, tanto faz se o presidente é de esquerda ou direita. O que realmente importa é manter laços estreitos com o patrão/cliente. Era assim na época do PT. Era assim na época do PSDB. Não teria razão para ser diferente na época do PSL.
A preocupação com a liberdade de imprensa e a independência dos órgãos de comunicação é fundamental para o amadurecimento da sociedade, mas pressupõe compromisso. Por mais que dois erros não façam um acerto, é importante reconhecer que parte da esquerda - agora histérica - não se sentia ultrajada quando era beneficiada pelo mesmo tratamento.
A única garantia de liberdade de imprensa é a abertura do mercado e a redução drástica da verba de propaganda estatal. Todo o resto é placebo.
O Brasil está disposto a deixar as bandeirolas de lado e tomar o remédio amargo?