Mau jornalismo e homofobia do bem
Estão compartilhando nas redes sociais duas notinhas muito safadas a respeito de um jornalista conservador que estaria rebolando no colo de um produtor nos corredores de uma emissora que, tudo leva a crer, gosta do bate-coxa. A notinha do site desconhecido cita a RedeTV!, como se ela tivesse funcionários e jornais em número suficiente para patrocinar casos de amor. A outra notinha, do portal que apanha de borracha de geladeira do UOL, não dá pistas.
Os tabloides britânicos eram massacrados nas salas de aula na década retrasada. Hoje, desconfio, seriam aplaudidos. O The Sun não tem juízo, mas está longe de ser covarde. Ou ele publicaria os nomes dos envolvidos —que ética tem o escriba que não dá nome aos bois e, assim, imputa desconfiança a todo o rebanho?— ou calaria a boca. No Brasil, o jornalismo “dizem por aí” é distribuído sem dores de cabeça.
É irônico um jornalista conservador gostar de cogumelos in natura? Sim. As artes sacaneiam esses palhaços há décadas. “Beleza Americana”, um dos últimos bons filmes ganhadores do Oscar, faz isso de forma estupenda. Os blogueiros que saem por aí publicando histórias de pornô gay de baixa qualidade só conseguem ser baixos e homofóbicos. Afinal, quem trata o amor — ou o simples desejo de transar — entre pessoas do mesmo sexo só pode ser muito obtuso.
Os conservadores brasileiros são uma foda mal dada. Os fofoqueiros brasileiros nem isso são. Os progressistas brasileiros pariram a homofobia do bem.