Imprensa precisa fazer exame de consciência e deixar de repercutir besteiras bolsonaristas
É inacreditável que a gasolina a R$ 8 e o tomate a R$ 12 tenham perdido espaço no debate público para uma polêmica chinfrim encabeçada por bolsonaristas incapazes de colocar o dedo na ponta do nariz e andar em linha reta sem sofrer um grave acidente.
A imprensa não pode deixar de lado sua função primordial --informar e decodificar a realidade-- para ganhar cinco ou seis mil cliques repercutindo um despautério mal-intencionado, canalha, que nada agrega à sociedade.
Os bolsonaristas são pouco criativos, mas encontraram a fórmula perfeita para desviar o canhão da imprensa e pautar os redatores. Basta uma armadilha bem engendrada para as redações saírem em disparada, como um rebanho, atrás do clique fácil. Ninguém passa quatro anos na faculdade para servir de assessor de imprensa informal de um governo sádico, vagabundo, que descartaria os jornalistas como um DVD velho na primeira oportunidade.
Os jornalistas são eternamente responsáveis pelo que propagam. A banda podre da democracia teria muito mais trabalho para emplacar suas narrativas fedidas se não houvesse gente disposta a levar o lixo adiante.