A esgotosfera bolsonarista acaba de ganhar uma apoiadora de peso: a fundadora da Agência Lupa, Cristina Tardáguila.
Ontem, em artigo surreal publicado na "Época", Cristina atribuiu a Glenn Greenwald, líder do The Intercept Brasil, a responsabilidade por uma fake news que depreciava o próprio jornalista.
"Nem o The Intercept Brasil nem a assessoria de Miranda – que, por vezes, serve de ponte de comunicação com Greenwald – pareceram dispostos a negar de forma clara e contundente a internação que teria ocorrido entre os dias 21 e 22 de julho".
Fatos são fatos. Não precisam de contundência para serem desmentidos - quem inventou essa besteira de "afirmação exagerada", "quase certa", foi a própria Agência Lupa. O Teleguiado, a exemplo de outros veículos, seguiu o rastilho de pólvora. A primeira parte do "furo" envolvia duas informações graves - abuso de cocaína e passagem pela Clínica São Vicente. Com um simples contato telefônico, a incongruência ficou exposta. Hasta luego.
Como o Teleguiado escreveu incontáveis vezes, fact-checking é fake news. A apuração deve acontecer antes da publicação das notas - e quem diz o contrário está errado ou desejoso de um quinhão desse novo mercado, bastante lucrativo. Se vamos ter mesmo um VAR na imprensa, o mínimo que deve ser exigido é responsabilidade. Culpar a vítima da fake news pela fake news é endossar a lógica do "mulher de saia pede para ser violentada", repetida por alguns brasileiros.