O Estadão afirmou neste domingo que Constança Rezende, repórter acusada de golpismo pelo presidente Jair Bolsonaro, não deu entrevista para a rede francesa Mediapart, a fonte primária do "Terça Livre" no artigo que ancora a campanha #estadaomentiu.
"Constança Rezende não deu entrevista nem dialogou com o jornalista francês citado pelo Terça Livre. As frases da gravação foram retiradas de uma conversa que ela teve em 23 de janeiro com uma pessoa que se apresentou como Alex MacAllister, suposto estudante interessado em fazer um estudo comparativo entre Donald Trump e Jair Bolsonaro", registrou a seção Estadão Verifica.
Está certo, é claro. Se o pessoal do "Terça Livre" tem dificuldades para examinar sujeito, predicado, essas coisas, a reprimenda é justa. Só que a falha "tática" dos simpatizantes do governo não apaga a postura temerária e irresponsável de Constança.
Os jornalistas sabem que a militância bolsonarista é engajada, articulada e muitíssimo comprometida com a demolição da "imprensa mainstream". Deveriam, portanto, multiplicar por dez a cautela e reduzir a zero comportamentos que possam corroborar as teses golpistas propaladas pelo séquito do presidente. O trabalho de Constança é reportar os desdobramentos da investigação do Coaf - em suma, dizer se Flavio Bolsonaro e Fabricio Queiroz são inocentes ou não. Não ficar de conversinha mole com um "suposto estudante".
Em boca fechada, não entra mosquito. Em boca fechada, não sai endosso para fake news.