A afetação progressista da revista Veja
Veja é a primeira revista bipolar do Brasil. Na quarta-feira, empolgada com a lacrada de Gaby Amarantos para cima de Silvio Santos, colocou a cantora no pedestal das grandes guerreiras. Nesta quinta-feira, ressabiada com o close errado, rebaixou a diva do Pará à condição de "vítima".
Gaby Amarantos é irrelevante para a música brasileira. Está no patamar de Luka, Vanessa Rangel e outras cantoras que pararam no primeiro hit. Sua adesão ao progressismo, à cultura do lacre, é apenas uma desesperada tentativa de recuperação do sucesso perdido. Como qualquer número multiplicado por zero rende um produto de valor zero, continuará esquecida.
A revista Veja não era irrelevante para a imprensa brasileira. Passou a ser. Inimiga pública do PT e da esquerda, a viúva negra do PSDB decidiu apostar suas últimas fichas na geração que cresceu assistindo à "Capitão Planeta". Não ganhou novos assinantes, perdeu boa parte dos antigos e é motivo de piada pelas atrapalhadas escolhas editoriais de seus inexperientes e afetados redatores.
A publicação das classes A e B tem bafo de catuaba. E custa menos que uma garrafa de Selvagem.