"La La Land" é uma novela da Globo indicada a 14 Oscars

Ryan Gosling é o galã inexpressivo. Emma Stone, a mocinha cheia de sonhos que não sabe mensurar o próprio talento. Damien Chazelle, um Walcyr Carrasco viciado em musicais.

Indicado a 14 Oscars, "La La Land" é um capítulo de novela das seis com duas horas de duração e orçamento de US$ 30 milhões.

O filme conta a história de Sebastian, um pianista que se muda para Los Angeles em busca de trabalho, e Mia, uma barista aspirante a atriz que há anos tenta a sorte na cidade. Fracassados de carteirinha, eles engatam um bizarro romance baseado nos ensinamentos de Augusto Cury, o maior vendedor de livros de autoajuda do Brasil. Encontram o sucesso, mas continuam infelizes. Incompletos.

O roteiro é pobre. Os encontros e desencontros que alimentam o relacionamento são estúpidos e inconsistentes. Os personagens, preguiçosamente interpretados por Ryan Gosling e Emma Watson, têm a profundidade de um pires. Conseguem, com muito esforço, repetir as coreografias e cantar as músicas da trilha sonora, sucesso de vendas e execuções nos serviços de streaming.

"La La Land" arrebatou o coração dos saudosistas com a conversa fiada da homenagem aos musicais - "O Artista" ganhou vários prêmios, em 2012, puxando saco do cinema mudo - e dobrou os millennials ao obrigar Sebastian a trocar Mia por reconhecimento profissional.

Estamos perdidos e desafinados.