Na mesma entrevista em que chamou as leis de incetivo de "cala-boca para formador de opinião", José Padilha criticou a lógica antieconômica do mercado audiovisual brasileiro, onde as distribuidoras não correm riscos e os produtores recebem toda a pressão.
"Nos EUA, o estúdio paga produtoras para ter ideias e desenvolver projetos. Mas no Brasil quem arca com o custo de desenvolvimento é o produtor. (...) O modelo brasileiro privilegia o distribuidor. Na maioria das vezes, o distribuidor fica esperando os projetos virem a ele, e depois que o produtor já arrumou algum dinheiro e está quase conseguindo fazer o filme, ele diz: 'Vou te dar o dinheirinho que falta'. Normalmente é de incentivo fiscal, não vem do bolso dele e não tem risco nenhum", disse ao jornal Folha de São Paulo.