"A Freira" confirma o bom ano do terror
Confirmando o bom momento do gênero, a venda antecipada de ingressos para “A Freira”, só nos Estados Unidos, foi maior do que a de todos os filmes da franquia “Invocação do Mal” combinados, superando também a de sucessos como “Corra!” e “Um Lugar Silencioso”.
Com um orçamento de US$22 milhões, estimativas indicam uma bilheteria de estreia na casa dos US$45 milhões, com boas chances de ultrapassar a marca dos US$50 milhões e de se tornar a melhor estreia da série.
Dirigido por Coryn Hardy (“A Maldição da Floresta”) e escrito por Gary Dauberman (“Annabelle" e “It – A Coisa”), “A Freira” explora a origem do demônio de “Invocação do Mal 2”, mas não é necessário assistir todos os filmes do universo “Invocação” para compreender a trama.
No filme, Padre Burke (Demian Bichír) e Irmã Irene (Taissa Farmiga, filha de Vera Farmiga) são enviados pelo Vaticano para investigar o suicídio de uma jovem freira em uma abadia sinistra da Romênia. Hardy não perde tempo com suspense, seu terror não é tímido e se manifesta do começo ao fim, sem economia de sustos, em um ritmo quase cômico que lembra “Evil Dead”.
Fãs do estilo gótico da Hammer (produtora britânica de filmes de terror encabeçados por Vincent Price, Christopher Lee e Peter Cushing) vão apreciar uma história recheada de símbolos satânicos e relíquias sagradas, com participação até dos cavaleiros das Cruzadas.
Apesar de um roteiro não muito consistente e sem o mesmo carisma dos personagens principais de “Invocação do Mal", o visual compensa – em parte, pela forte significância de ícones religiosos, mas também pelo belo trabalho dos departamentos de fotografia e da direção de arte. A edição de som também justifica o investimento em um ingresso Imax.
2018 tem sido um ano excelente para os filmes de gênero. Ao lado de “Um Lugar Silencioso” e “Hereditário”, “A Freira” é mais um exemplo de como o terror faz bem para a saúde do cinema