Exposição "Hitchcock - Bastidores do Suspense" estreia no MIS

Com uma apropriada data de abertura na sexta-feira 13, “Hitchcock – Bastidores do Suspense” é a primeira megaexposição concebida e realizada inteiramente pela equipe do Museu da Imagem e do Som (MIS) dedicada a uma figura internacional.

Conhecido por trazer importantes acervos para a cidade de São Paulo, como as mostras “Stanley Kubrick” e “David Bowie”, o MIS também criou e desenvolveu as concorridas “Castelo Rá-Tim-Bum”, “Silvio Santos vem aí!" e “Renato Russo”.

Com curadoria de André Sturm, ex-diretor do museu e atual secretário municipal de Cultura, a exposição aborda a filmografia do renomado cineasta inglês por um labirinto de bastidores e sets de filmagem recheados com fotografias, cartazes e diversos documentos das produções.

Alfred Hitchcock é um dos raros nomes do cinema que nos remete, imediatamente, a um conjunto de características marcantes e muito específicas: uma loira misteriosa, uma conspiração internacional, um pacto sinistro, um engano terrível. Com um universo repleto de chantagem, crime e loucura, Hitchcock é genial ao adaptar elementos literários de romances policiais (ou “pulp fiction”) para uma linguagem cinematográfica tanto acessível como refinada, utilizando técnicas experimentais de vanguarda para dialogar com o público em geral.

Em parceria com outros artistas talentosos, trabalhou com o pintor Salvador Dalí para conceber os cenários surrealistas de “Quando Fala o Coração”; com Saul Bass e John Whitney, integrou filme e um método inovador de animação em “Um Corpo que Cai”; graças a obra emblemática de Bernard Herrmann, mudou toda a trajetória das trilhas sonoras com “Psicose”. Além, é claro, dos figurinos imaculados de Edith Head e do olhar sempre presente de Alma Reville, esposa e parceira de Hitchcock.

As exposições do MIS sempre contam com “algo a mais”, isto é, algum tipo de evento ou atividade que tire o visitante da passividade de apenas olhar quadros e ler plaquinhas. Desta vez, há um “escape room”, um jogo interativo em que um grupo de pessoas precisa investigar pistas para conseguir sair da sala, inspirado em “Psicose”. A atração é divertida, mas é difícil imaginar a logística com um museu cheio.

Como a exposição é brasileira, há documentos e depoimentos em português que trazem o cineasta para o nosso contexto. Infelizmente, não há muitos objetos de cena ou figurinos originais, mas os fãs do mestre do suspense podem se deliciar com storyboards, cartas e peças de divulgação do mundo todo.

Em cartaz até 21 de outubro, o museu também vai contar com uma programação paralela que inclui exibições dos filmes, cursos e palestras.