Orlando Drummond é a maior joia da dublagem brasileira
Quem recebeu as duas doses da vacina da Covid-19 há um ou dois meses sabe que o videotape é a grande revolução da TV. A possibilidade de gravar programas e adquirir conteúdos prontos -- os famosos enlatados -- foi determinante para a profissionalização das emissoras e o desenvolvimento da indústria do entretenimento. Dos muitos operários dessa fase saudosa, experimental e absolutamente criativa, alguns, como nos tempos da rádio, só eram reverenciados por suas vozes.
Morto nesta terça-feira, Orlando Drummond era um dublador fantástico. Não existe quem assista aos originais de "Popeye", "Scooby Doo" ou "Alf, o E.Teimoso" e não sinta falta da versão brasileira. Os três personagens ganharam em diversão, personalidade e identificação com a voz de Orlando. Só um gênio consegue isso tantas vezes e em tantas épocas diferentes -- o "Puro Osso" de "As Terríveis Aventuras de Billy & Mandy", gravado quando Orlandinho curtia seus 80 e poucos anos, é sensacional.
Se hoje o Brasil tem tantos talentos na dublagem, sem dúvidas é graças a Orlando Drummond.
Vai fazer falta. Muita falta.