Executivo da EBC demitido por repostar ataques a apoiadores de Israel derrubou audiência da TV Brasil
Demitido do governo federal após compartilhar, nas redes sociais, insultos a apoiadores de Israel, Helio Doyle entrará para a história como o executivo da EBC que demoliu 44% da audiência da TV Brasil em nove meses. Entre janeiro e setembro, a média de público da rede pública caiu de 0,39 para 0,22 ponto no Painel Nacional de Televisão. Isso significa um decréscimo de mais de 100 mil telespectadores por minuto apenas nas regiões pesquisadas pela Kantar --a obsoleta coleta de dados brasileira não cobre nem metade da população.
A má audiência da TV Brasil está diretamente ligada ao método petista de administração de emissoras públicas. No começo do ano, executivos da EBC deixaram claro que as novelas bíblicas da Record, que atingiam máximas de até 2 pontos no Rio de Janeiro, seriam substituídas por produções mais elitizadas. Hoje, a TV Lula investe em debates com Leandro Demori e outros teóricos do traço, repetindo a ópera bufa captada pelo Teleguiado dez anos atrás.
Os números da TV Brasil estão aquém do esperado nas principais metrópoles do país. Em São Paulo, até os cultos da RIT dão calor na programação estatal. No Rio de Janeiro, onde a situação é ligeiramente melhor (ou menos dramática), é relativamente comum a CNT engrossar o caldo para os burocratas da EBC.
O fim da TV Brasil nunca esteve no horizonte do PT. Nem poderia estar. Lula preferiu desmontar a TVE, referência em programação infanto-juvenil educativa, para levar adiante o sonho (caduco) de lançar a BBC tupiniquim. Um dos feitos da estatal no governo Dilma foi a contratação de Emir Sader, acadêmico (?) que nunca escondeu o apreço ao partido dos trabalhadores.