O futebol europeu e o que diz o livrinho

Segundo o diretor de jornalismo da Band Rio, Rodolfo Schneider, um segurança do Clube de Regatas do Flamengo relembrou a um dos sócios o que diz o parágrafo VI do artigo 24, capítulo 5 (perdoem o parco juridiquês) do Estatuto do clube: “(...) não usar, nas dependências do FLAMENGO, distintivos ou quaisquer tipos de uniformes ou de alegorias, que identifiquem clube congênere.”

Pois bem. Não há discussão. É o regimento interno de uma instituição, composto da forma que a mesma melhor entende para o bom funcionamento do local. Resta aos estatutários cumprir "o que diz o livrinho".

Os pormenores do acontecimento acima levam à reflexão que se segue. Há quem afirme, com toda a propriedade, que meu filho será torcedor do Barcelona. Se será, eu não sei. Sei que não o educarei para isso.  É fato que por trás de uma camisa dos clubes europeus esteja a idolatria por ídolos e craques raramente questionáveis. Não dar para pôr em xeque o talento com a bola no pé de um Neymar, Messi, Cristiano, além dos que despontam nas mais diversas equipes internacionais.

Também não se pode considerar que haja no Brasil um fenômeno como o que ocorre em países futebolisticamente irrisórios. Embora ampliado, o acesso aos eventos do futebol europeu segue majoritariamente limitado à TV paga.

E por fim, crianças não compram sozinhas nem uma bala na esquina, quanto mais uma camisa de futebol. Não são elas que pagam festas infantis temáticas do PSG - hoje, de Neymar Jr. E não são elas que devem conhecer as regras de uso dos lugares que frequentam uma vez que os pais, pelo visto, não prezam pelo mínimo de bom senso.