Luciano Huck é o pior presidente que a TV pode oferecer
A imprensa e os cientistas políticos definiram que a saída para a crise tupiniquim é a eleição de um presidente ideologicamente neutro, capaz de unir esquerdistas e direitistas, liberais e conservadores, progressistas e reacionários, Laertes e Thamys.
O Brasil tem muitos partidos de esquerda, algumas tentativas de partidos de direita e dezenas de partidos de aluguel. Luciano Huck, o queridinho da IstoÉ, é o inquilino dos sonhos da maioria dessas legendas, que carregam consigo duas desgraças perpétuas: o fisiologismo do PMDB - agora MDB - e o oportunismo do PRN, trampolim do ex-presidente Collor.
Luciano Huck não é o primeiro apresentador de TV a flertar com a presidência da República. Silvio Santos, em 1989, viveu a mesma ilusão. É, no entanto, o menos preparado para assumir tal responsabilidade.
Enquanto Silvio Santos tem uma relação cristalina, orgânica, com a população, Luciano Huck vive a ilusão do "Caldeirão". Sua popularidade reflete o poder de exposição da Globo, única emissora do mundo que ocupa a vice-liderança da audiência quando está fora do ar. Sem o canhão platinado, é apenas o amigo do Maestro Billy. O sobrinho da Tiazinha. Pronto para ser devorado no Congresso Nacional em um eventual escândalo - é ingenuidade imaginar que o Grupo Globo abrirá mão de sua reputação para salvar um político.
Ano passado, na Folha de São Paulo, Luciano Huck escreveu que uma de suas paixões era caminhar pelo país atrás de "gente boa" - a aborrecida crença no brasileiro que dá a volta por cima aplicando golpes de capoeira.
O Brasil pode ser melhor apresentado. Melhor representado.