O que o fim do El País Brasil diz sobre o jornalismo profissional

O fim do El País Brasil ilustra a sinuca de bico em que se enfiou o mercado jornalístico.

Enquanto uma parte dos leitores não quer ou não pode pagar assinaturas, a outra se divide entre o WhatsApp e as páginas que pirateiam material. Como se não bastasse tudo isso, a pequena parcela que valoriza o jornalismo profissional acompanha seus veículos prediletos com o AdBlock ativado.

É um mato sem cachorro.

Hoje, a tábua de salvação da imprensa é o investimento de gigantes do varejo e das finanças.

Todos serão salvos? Qual o custo disso para o leitor?

A saber.

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LEIA ABAIXO A NOTA DE DESPEDIDA DO EL PAÍS BRASIL

A edição em português do EL PAÍS despede-se hoje de seus leitores. Esta edição nasceu em 2013 e durante oito anos informou sobre a atualidade brasileira e mundial. Neste tempo, apesar de ter atingido grandes audiências e um número considerável de assinantes digitais, ela não alcançou sua sustentabilidade econômica, o que levou à decisão por sua descontinuidade.

O EL PAÍS, que mantém correspondentes em São Paulo, conta com a mais extensa rede de jornalistas no continente. A partir de sua redação na Cidade do México, dos escritórios de Washington, Bogotá e Buenos Aires e de seus jornalistas nas principais capitais, a edição do EL PAÍS América oferece a mais completa cobertura em espanhol da área. Um esforço que será ampliado nos próximos meses e no qual o jornal concentrará suas energias.

Queremos agradecer aos profissionais do EL PAÍS Brasil por seu grande esforço e dedicação. Como também à fidelidade de nossos leitores, que poderão acompanhar a informação sobre a região e o resto do mundo em nossa edição da América. Para este jornal, o Brasil é um eixo da informação global tanto no plano político e econômico, quanto no cultural e social.