Apagão do Google Discover completa um mês

Dezenas de sites e blogs deixaram de ser recomendados pelo Google Discover, serviço de distribuição de notícias presente em celulares e tablets com sistema Android, no último mês. O apagão, a esta altura visto como irreversível por muitos editores, derrubou a audiência dos veículos pela metade, gerando insatisfação e dúvidas no meio jornalístico.

+++ CLIQUE AQUI E VEJA NÚMEROS DA AUDIÊNCIA TAMBÉM NO WHATSAPP

Jornalistas consultados pelo Teleguiado tratam o dia 14 de abril como o ponto zero da crise. Para alguns sites, o blecaute aconteceu aos poucos. Para a maioria, porém, o corte foi súbito e integral. Sites especializados em esportes, mídia, política e economia lideram o ranking dos mais prejudicados.

Editores, webmasters e analistas de SEO com acesso ao Marfeel, melhor medidor de audiência em tempo real da internet, passaram os últimos dias tentando interpretar o apagão. Os números, porém, não trouxeram um padrão comportamental. Enquanto o Metrópoles, um dos portais mais acessados do Brasil, permanecia ativo no Google Discover na última semana, com dezenas de recomendações de link, diversos parceiros do UOL permaneciam alijados dos smartphones Android.

Sem respostas do Google, as vítimas do apagão têm se inspirado no exemplo do Click Petróleo e Gás, site que fala mais de carros, vulcões, tecnologia e celulares do que de petróleo e gás, para tentar a reabilitação na plataforma. Por enquanto, a estratégia continua infértil.

+

AFINAL, POR QUE O GOOGLE DISCOVER É TÃO IMPORTANTE PARA OS SITES BRASILEIROS?
Porque 80% dos celulares no Brasil rodam o sistema Android. Estar fora do Google Discover significa sair do radar de 162 milhões de potenciais leitores --existiam, segundo a Anatel, 190 milhões de pessoas físicas com acesso às redes 4G e 5G no primeiro trimestre de 2025.

Na Alemanha, outro país insatisfeito com o Google, a predominância do sistema Android é de 60%. Tema de debates e estudos em Harvard, o Google Discover não impacta mais do que 42% dos telefones ativos --o iOS é mais forte, por razões óbvias, nos países de maior renda.