“Golpe do gás” tem cheiro de barriga da imprensa

O UOL acusou a polícia de “falhar” com as mulheres que denunciaram o golpe do gás. O que a reportagem demora quase dez parágrafos para contar: os investigadores não encontraram evidências de contaminação toxicológica nas supostas vítimas e nos carros dos acusados.

A imprensa pode achar que não, mas é diretamente responsável pelo que publica. Jornalistas não são formados para replicar relatos de rede social —o golpe do gás nasce no Twitter, em uma fanfic digna de “Law & Order”. Essa história, desacreditada cientificamente por um inquérito, certamente alarmou dezenas de mulheres, criando gatilhos emocionais penosos a elas.

O golpe do gás tem cheirinho de barriga. E não é problema do Estado a irresponsabilidade da imprensa leva-e-traz.