“Catraca Livre” ataca Silvio Santos e Ratinho três dias após participação no Teleton

Participante do Teleton 2017, o “Catraca Livre” publicou, três dias após o encerramento da campanha, anualmente organizada pelo SBT, dois textos com ataques diretos a Silvio Santos e Ratinho.

Em “Ratinho é contra mulheres jogando futebol”, publicado em 31 de outubro, o site omite informações básicas do “Programa do Ratinho” – não há qualquer referência sobre o tom dos quadros, fundamental para a compreensão dos leitores que não assistem TV aberta – e conclui que o apresentador é machista porque ele não gosta de futebol feminino.

A postagem de 30 de outubro, “Silvio Santos faz comentário sobre mulher tatuada e repercute mal”, é ainda mais questionável jornalisticamente. Porque começa com um puxão de orelhas absolutamente caricato – “Já não é mais surpresa quando chegamos à redação às segundas-feiras e nos deparamos com abordagens machistas de Silvio Santos em seu programa do SBT no domingo à noite” – e termina sem apresentar um único registro que justificasse o “repercute mal” colado no título da reportagem.

Desaprovar e questionar publicamente declarações de artistas e políticos é saudável, sobretudo em países de temperamento bovino. O Teleguiado questiona a costumeira estupidez dos sites autoproclamados politicamente corretos, mas defende até o fim o direito de livre manifestação desses profissionais. O que incomoda na Cruzada do Catraca Livre contra o SBT é o oportunismo desenfreado e irrepreensível dos empolados doutores que dizem “comunicar para empoderar”.

Se o apresentador Silvio Santos é tão desprezível socialmente, o Catraca Livre deveria manter sua imaculada marca distante do SBT. Não faz isso durante o “Teleton” porque sabe que a campanha, idealizada por Jerry Lewis, é sua única oportunidade de atingir o público real, que pega ônibus diariamente e sabe exatamente o preço do quilo do feijão.

A geração politicamente correta evoluiu. Passou a ser politicamente conveniente. Politicamente desonesta.