"F1: O Filme" vai te fazer mais feliz que as miniaturas do McDonald's

Fórmula 1 e cinema dão match? Lewis Hamilton, Brad Pitt e Apple provaram que sim. A acurada produção executiva do piloto britânico, o talento e o carisma do ator hollywoodiano e o bolso sem fundo da gigante da tecnologia são os principais (mas não os únicos) predicados de "F1: O Filme", blockbuster que deve dominar as bilheterias do Brasil e do exterior até as estreias de "Jurassic World: Recomeço" (3) e "Superman: o Filme" (10).

Ancorado em Sonny Hayes, ex-piloto da Fórmula 1 que arrebenta uma Lotus em Jerez (sim, é uma referência ao acidente quase fatal de Martin Donnelly) e só retorna à competição três décadas depois, para salvar da falência um amigo dono de escuderia. O chapa em questão é Ruben Cervantes, divertidamente interpretado por Javier Bardem, e a missão do herói da história é para lá de hollywoodiana: levar a pior equipe da Fórmula 1, a fictícia APXGP, ao lugar mais alto do pódio em menos de seis meses.

A hercúlea saga de Sonny é contada com muita velocidade (perdão pelo trocadilho). Primeiro, ele quebra o pau com o companheiro de equipe, o jovem e promissor Joshua Pierce, papel do cultuado Damson Idris. Depois, arruma confusão --e uma noite de amor-- com a diretora técnica da equipe, Kerry Condon (Kate McKenna na hora de pagar boletos), que manja muito de aerodinâmica e tira do bolso uma peça que faz o carro ganhar meio segundo por volta. Como em um jogo de videogame, ou uma corrida do Nelsinho Piquet, nosso herói/galã não sossega nem mesmo dentro do cockpit: são várias as batidas e esbarrões propositais, sempre relacionados ao bem-estar da APXGP. O fim, nada surpreendente, faz alusão ao GP de Abu Dhabi de 2021, que coroou Max Verstappen pela primeira vez.

Cheio de referências para os fãs de Fórmula 1 babarem colorido durante as 2h36 de sessão e repleto de ganchos cinematográficos para garantir a diversão da plateia que confunde McLaren com McDonald´s, "F1: O Filme" sepulta de vez o fantasma de "Alta Velocidade", besteirol capitaneado por Sylvester Stallone em 2001. É possível, sim, fazer filmes de esporte com começo, meio e fim.